Os Borlububos e o Natal

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A noite está fria, mas seca, e o céu parece uma enorme tapeçaria bordada a pontos de luz. É a noite dos presentes, da luz, dos risos e da família reunida à mesa. A noite mágica, especialmente para as crianças. Mas, numa ilha do Porto, Mateus está inconsolável. Porque é o seu primeiro Natal longe dos pais, que, empurrados para a emigração pela crise e o desemprego, o deixaram aos cuidados da avó.

Amargurado e cheiinho de saudades dos dias felizes, Mateus não montou um presépio, não enfeitou um pinheiro, nem pediu prenda alguma ao Pai Natal. Não aceitou o convite do seu amigo e vizinho, Joel, para cear e recusa também entregar-lhe um sapato para ele os pôr na chaminé, junto do seu, e assim enganar o Pai Natal.

Os Borlububos, que seguem numa das suas digressões nocturnas pela cidade, detêm-se junto do portão da ilha, ao ouvir a conversa entre as duas crianças. Leves e ágeis e em contra-relógio, os dois fantasminhas vão transformar o Natal de Mateus, que se previa solitário e triste, num Natal cheio de alegria e risos.